Daily Zohar 4908
Tradução para Hebraico:
251. שְׁלִישִׁי נִכְנַס בְּחִדֶּקֶ”ל – חַד קַל, וְזוֹ לָשׁוֹן מְחֻדֶּדֶת קַלָּה לִדְרָשָׁה. רְבִיעִי נִכְנַס בִּפְרָ”ת, שֶׁהוּא הַמֹּחַ, שֶׁבּוֹ פְּרִיָּה וּרְבִיָּה. בֶּן זוֹמָא וּבֶן עַזַּאי שֶׁנִּכְנְסוּ לַקְּלִפּוֹת שֶׁל הַתּוֹרָה, הָיוּ לוֹקִים בָּהֶם. רַבִּי עֲקִיבָא שֶׁנִּכְנַס בַּמֹּחַ, נֶאֱמַר בּוֹ שֶׁנִּכְנַס בְּשָׁלוֹם וְיָצָא בְשָׁלוֹם.
252. ]אָמַר רַבִּי אֶלְעָזָר, אַבָּא, יוֹם אֶחָד הָיִיתִי בְּבֵית הַמִּדְרָשׁ, וְשָׁאֲלוּ הַחֲבֵרִים, מַהוּ שֶׁאָמַר רַבִּי עֲקִיבָא לְתַלְמִידָיו, כְּשֶׁתַּגִּיעוּ לְאַבְנֵי שַׁיִשׁ טָהוֹר אַל תֹּאמְרוּ מַיִם מַיִם שֶׁמָּא תִסְתַּכְּנוּ בְּעַצְמְכֶם, שֶׁכָּתוּב (תהלים קא) דֹּבֵר שְׁקָרִים לֹא יִכּוֹן לְנֶגֶד עֵינָי? בֵּין כָּךְ הִנֵּה זְקַן הַזְּקֵנִים. יָרַד וְאָמַר לָהֶם, רַבָּנָן, בַּמָּה אַתֶּם מִשְׁתַּדְּלִים? אָמְרוּ לוֹ, וַדַּאי בָּזֶה שֶׁאָמַר רַבִּי עֲקִיבָא לְתַלְמִידָיו כְּשֶׁתַּגִּיעוּ לְאַבְנֵי שַׁיִשׁ וְכוּ’. אָמַר לָהֶם, וַדַּאי סוֹד עֶלְיוֹן יֵשׁ כָּאן, וַהֲרֵי פֵּרְשׁוּהָ בַּיְשִׁיבָה הָעֶלְיוֹנָה, וּכְדֵי שֶׁלֹּא תִטְעוּ יָרַדְתִּי לָכֶם, וּכְדֵי לְגַלּוֹת סוֹד זֶה בֵּינֵיכֶם, שֶׁהוּא סוֹד עֶלְיוֹן טָמִיר מִבְּנֵי הַדּוֹר.
Comentário de: Zion Nefesh:
Postado por Zion Nefesh | 17 de julho de 2025 | Tradução: Jorge Ramos.
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Zohar Beresheet
Continuação do ZD anterior.
#250
Outra explicação do versículo: “E dali se dividiu e se tornou quatro cabeças” (Gênesis 2:10) — Isso se refere ao segredo dos quatro que entraram no Pardes, os quatro sábios: Ben Azzai, Ben Zoma, Acher e Rabi Akiva. “Pardes” é um acrônimo para פשט (Peshat, significado simples), רמז (Remez, sugestão), דרש (Derash, sermão) e סוד (Sod, segredo). O Zohar interpreta a palavra “foi dividido” (יִפָּרֵד) como um acrônimo de Peshat, Remez e Derash, que foram os níveis alcançados por Ben Azzai, Ben Zoma e Acher. Estes são considerados níveis externos da Torá, em comparação com Sod, o nível mais interno, que Rabi Akiva alcançou. Somente Rabi Akiva, que entrou no “cérebro” (Sod, os segredos mais íntimos da Torá), entrou em paz e saiu em paz. Os outros foram prejudicados, como será explicado.
Um dos quatro sábios entrou no Rio Pishon, que faz alusão à Peshat (nível literal) da Torá que ilumina o Pardes. “Pishon” é entendido como um acrônimo para “פִּי שׁוֹנֶה הֲלָכוֹת” “Peh Shoneh Halachot” (uma boca que repete as leis) – isso corresponde ao significado literal da Torá. O segundo sábio entrou no Rio Giom, onde está sepultado aquele sobre quem se diz: “כֹּל הוֹלֵךְ עַל גָּחוֹן” “Todo aquele que anda sobre o seu ventre (גָּחוֹן)” (Levítico 11:42) referindo-se a Moisés, que corresponde à letra Vav (ו) da palavra Gachon, que é a letra central de todas as letras da Torá. Ele corresponde ao anjo Gabriel, cujo nome significa “Força de Deus” (גבר-אל), a Gevurah (poder) de Deus.
Explicação (Hasulam): Todo sepultamento serve como expiação por uma mancha, como está escrito: “וְכִפֶּר אַדְמָתוֹ עַמּוֹ” “E Ele expiará a Sua terra e o Seu povo” (Deuteronômio 32:43). Uma vez completa a expiação, a pessoa está destinada à ressurreição e à vida eterna. No entanto, o sepultamento de Moisés não foi devido à sua própria mancha. Em vez disso, foi devido à força de Gabriel, a Gevurah do alto, que o venceu e o impediu de revelar a perfeição completa em vida, embora ele próprio fosse capaz de fazê-lo. Como está escrito: “וַיָּסֶךְ אֱלוֹהַּ בַּעֲדוֹ” “E Ele envolveu [Moisés] com a presença de Deus” – ou seja, foi a ocultação divina, não a culpa de Moisés, que impediu a revelação completa. Assim, está escrito: “וְלֹא יָדַע אִישׁ אֶת קְבוּרָתוֹ עַד הַיּוֹם הַזֶּה” “E até hoje ninguém conhece o seu lugar de sepultamento” (Deuteronômio 34:6), porque não havia mancha e, portanto, nenhum sepultamento é “conhecido”. Somente ao final da correção, quando a perfeição de Moisés for revelada, o local oculto de seu sepultamento será revelado, pois a ausência será compreendida através da presença. Este nível está associado ao Remez (dica) na Torá, como está escrito:
“וְדַי לַחֲכִימָא בִּרְמִיזָא” “Aos sábios, eles revelam através de dicas” (Provérbios 1:5).
Observações:
A ocultação do sepultamento de Moisés é uma metáfora para a perfeição oculta da Torá interior, que só será plenamente revelada no Fim dos Dias, como parte da retificação completa do mundo.
#251
O terceiro dos quatro sábios entrou no Rio Hiddekel, cujas letras são ח״ד ק״ל — ח״ד, que significa nitidez, e ק״ל, que significa leveza (facilidade). Isso sugere palavras que são nítidas e precisas, sem falhas, fáceis de explicar e analisar. ח״ד (Chad) alude à nitidez, como no verso: “וְשִׁנַּנְתָּם לְבָנֶיךָ” — “E as ensinarás diligentemente a teus filhos” (Deuteronômio 6:7).
O quarto sábio entrou no Rio Perat (Eufrates), que simboliza o cérebro (moach), pois ali há procriação e fertilidade, e a semente se origina do cérebro.
Observações:
Esta passagem dá continuidade à alegoria dos quatro sábios e dos quatro rios mencionados no Gênesis, cada um representando um nível de interpretação da Torá: O Hiddekel (Tigre) está ligado ao poder da fala clara e incisiva — isso corresponde ao Derash. Seu significado é extraído do hebraico ח״ד (incisivo) e ק״ל (leve/fácil), destacando sua adequação para as explicações e ensinamentos claros.
O Perat (Eufrates) corresponde ao Sod (segredo), que se relaciona com o cérebro, a fonte da procriação (פוריות) — já que na Cabala, a semente (Zera) desce do Moach (cérebro). Isso se refere aos mistérios mais profundos da Torá, conectados com o fluxo da sabedoria divina.
O Zohar explica que o fluxo da sabedoria divina (os “rios”) corresponde a três categorias de iluminação intelectual concedidas à criação:
Mochin de seis sem Rosh (seis sefirot inferiores sem a cabeça ו” ק) — ligadas ao Mundo de Yetzirah (Formação) — correspondem a Remez (sugestão), significando sabedoria que é sugerida, mas não totalmente revelada.
Mochin dos três superiores (ג” ר) em Chassadim (Misericórdia) — do Mundo de Beriah (Criação) — corresponde a Derash (sermão), baseando-se na interpretação que desperta o coração e a emoção.
Mochin dos três superiores (ג” ר) em Chochmah (Sabedoria) — do Mundo de Atzilut (Emanação) — corresponde a Sod (Segredo), o nível mais alto da Torá, revelando a sabedoria mais íntima.
Os vasos (aplicação prática) vêm do Mundo de Asiyah (Ação) — representando Peshat (significado simples).
#252
O Rabi Elazar disse: Um dia, enquanto estávamos na sala de estudos, os amigos perguntaram: Qual é o significado do que o Rabi Akiva disse aos seus alunos: “Quando chegarem às pedras de mármore puro, não digam ‘Água! Água!’, para não se colocarem em perigo, como está escrito: ‘דֹבֵר שְׁקָרִים לֹא יִכּוֹן לְנֶגֶד עֵינָי’ ‘Quem fala mentiras não permanecerá diante dos meus olhos’ (Salmos 101:7)? Enquanto isso, o Ancião dos Anciãos (סבא דסבין) desceu até lá. Na terminologia do Zohar, Chochmah e Binah (Sabedoria e Compreensão) são chamados de “Anciãos”, e Keter (Coroa) — que é superior a eles — é chamado de “O Ancião dos Anciãos”. É a revelação do nível da alma de יחידה Yechidah, a alma suprema destinada a ser revelada no Fim dos Dias.
Ele disse a eles: “Sábios, em que vocês estão envolvidos?” Eles responderam: “Estamos discutindo o que o rabino Akiva disse a seus alunos: ‘Quando vocês chegarem às pedras de mármore puro…’” Ele disse a eles: “É certo que este é um segredo supremo. E ele foi explicado na Yeshiva Superior. E para que vocês não se enganem a respeito deste segredo, eu desci para explicá-lo a vocês. Pois, uma vez que esse segredo — que está oculto ao povo de sua geração — já foi de certa forma revelado entre vocês, posso agora explicá-lo completamente.”
Observações:
Somente através de preparação adequada e com permissão divina é que os segredos internos da criação — mistérios guardados dos mundos superiores — podem ser acessados. Este ensinamento ressalta a necessidade de humildade, conduta espiritual cuidadosa e a orientação de verdadeiros sábios na busca por profundo conhecimento místico.