Zohar Diário # 4928 – Beresheet – O Rei a quem pertence a paz.


Daily Zohar 4928

Holy Zohar text. Daily Zohar -4928

Tradução para Hebraico:

292. וַיִּקְרָא ה’ אֱלֹהִים אֶל הָאָדָם וַיֹּאמֶר לוֹ אַיֶּכָּה. כָּאן רָמַז לוֹ שֶׁעָתִיד לְהַחֲרִיב בֵּית הַמִּקְדָּשׁ וְלִבְכּוֹת בּוֹ אֵיכָה. זֶהוּ שֶׁכָּתוּב (איוב א) אֵיכָה יָשְׁבָה בָדָד. אֵ”י כָ”ה. וְלֶעָתִיד לָבֹא עָתִיד הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא לְבַעֵר כָּל הַמִּינִים הָרָעִים מֵהָעוֹלָם, כְּמוֹ שֶׁכָּתוּב (ישעיה כה) בִּלַּע הַמָּוֶת לָנֶצַח. וְאָז שָׁב הַכֹּל לִמְקוֹמוֹ, כְּמוֹ שֶׁכָּתוּב (זכריה יד) בַּיּוֹם הַהוּא יִהְיֶה ה’ אֶחָד וּשְׁמוֹ אֶחָד.
293. שָׁנִינוּ, כָּל שְׁלֹמֹה שֶׁנֶּאֱמַר בְּשִׁיר הַשִּׁירִים, בְּמֶלֶךְ שֶׁהַשָּׁלוֹם שֶׁלּוֹ, בְּמֶלֶךְ [ס”א בִּנְקֵבוֹת הַמֶּלֶךְ] סְתָם בִּנְקֵבָה מִלָּה [מֶלֶךְ] תַּחְתּוֹנָה בָעֶלְיוֹנָה. וְסוֹד הַדָּבָר – דִּירָה תַחְתּוֹנָה לָעֶלְיוֹנָה שְׁתֵּיהֶן כְּאַחַת. וְהַיְנוּ בַּיִ”ת, שֶׁכָּתוּב (משלי כד) בְּחָכְמָה יִבָּנֶה בָּיִת. כָּתוּב (שיר ג) אַפִּרְיוֹן עָשָׂה לוֹ הַמֶּלֶךְ שְׁלֹמֹה מֵעֲצֵי הַלְּבָנוֹן. אַפִּרְיוֹן זֶה תִּקּוּן שֶׁל הָעוֹלָם הַתַּחְתּוֹן מֵהָעוֹלָם הָעֶלְיוֹן.

Comentário de: Zion Nefesh:
Postado por Zion Nefesh | 11 de agosto de 2025 | Tradução: Jorge Ramos.
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Zohar Beresheet
Continuação do ZD anterior.
#292
“No versículo ‘וַיֹּאמֶר לוֹ אַיֶּכָּה’ — ‘E Ele lhe disse: Onde estás?’ (Gênesis 4:9), o Santo, Bendito seja Ele, insinuou a Adão que o Templo Sagrado está destinado a ser destruído. Eles estão destinados a lamentar sobre isso com Eicha, como está escrito: ‘אֵיכָה יָשְׁבָה בָדָד’ — ‘Como ela se senta sozinha’ (Lamentações 1:1). Pois Eicha é a sigla para Aleph-Yud Kaf-Hei (א” י כ” ה), onde Kaf-Hei (כ” ה) é o Nome da Shechiná, que habitava no Templo, e Aleph-Yud (א” י) significa ‘Onde está?’ (איה), como em ‘אֵי הֶבֶל אָחִיךָ’ — ‘Onde está Abel, teu irmão?’ (Gênesis 4:9). Portanto, após a destruição, diz-se da Shechiná: Aleph-Yud Kaf-Hei (א” י כ” ה): ‘Onde está agora a Shechiná, chamada Kaf-Hei?’ No futuro, o Santo, Bendito seja Ele, está destinado a erradicar todas as formas de mal do mundo, como está escrito: ‘בִּלַּע הַמָּוֶת לָנֶצַח’ — ‘Ele tragará a morte para sempre’ (Isaías 25:8). Pois a morte é a raiz de todo mal, e quando a morte for anulada, todo mal será anulado. Então, tudo retornará ao seu lugar, como era antes do pecado da Árvore do Conhecimento, de onde surgiu a morte e todas as formas de mal, como está escrito: ‘בַּיּוֹם הַהוּא יִהְיֶה יְהוָה אֶחָד וּשְׁמוֹ אֶחָד’ — ‘Naquele dia, Hashem será Um, e Seu Nome será Um’ (Zacarias 14:9).
Observações:
A Shechiná está associada às letras Kaf-Hei (כ” ה), um Nome divino ligado a Malchut. Na Kabalah, a Shechiná reside no Templo, personificando a presença de Deus no mundo. O seu exílio após a destruição do Templo reflete a nudez espiritual de Israel (Ezequiel 16:7, como foi discutido em seções anteriores), causada pela impureza e pelos pecados do erev rav, como o Bezerro de Ouro.
A palavra hebraica כה (Kaf-Hei), conforme é discutido na seção do Zohar, tem um significado profundo como um nome da Shechinah, a presença que canaliza as bênçãos de Hashem para o mundo. No contexto da bênção dos kohanim, “כֹּה תְבָרֲכוּ אֶת-בְּנֵי יִשְׂרָאֵל”-“Assim abençoareis os filhos de Israel” (Números 6: 23), a palavra Koh (כֹּה) está ligada a Kaf-Hei (כ” ה), significando a Shechinah como o canal pelo qual flui a abundância divina. Os Kohanim, atuando como vasos de Chessed, invocam a Sheckhinah para atrair bênçãos de proteção, graça e paz das sefirot superiores (Chokhmah, Binah, Zeir Anpin) para Israel, fundamentando-as no mundo físico por meio de Malchut. Isso se alinha com o retrato que o Zohar faz de Kaf-Hei como a Shechinah que habita o Templo, cujo exílio (lamentado como Eicha, Lamentações 1:1) interrompe esse fluxo, que será restaurado no tempo de Mashiach quando Malchut for retificada (Zacarias 14:9).
#293
Nós aprendemos: Toda menção a Salomão (שְׁלֹמֹה) no Cântico dos Cânticos refere-se ao Rei a quem pertence a paz (מֶלֶךְ שֶׁהַשָּׁלוֹם שֶׁלּוֹ), ou seja, Zeir Anpin. Mas se ele diz simplesmente ‘rei’ (מֶלֶךְ) sem ‘Salomão’, ele se refere a Nukva de Zeir Anpin, que é Malchut. O rei inferior está incluído no rei superno (Binah), e o segredo desse assunto é que o inferior herda do superno, e ambos se tornam um só. Isso significa que ele explica suas palavras com relação à distinção entre o Rei a quem pertence a paz e a Nukva, que é simplesmente chamado de “rei”, e diz que o Rei inferior, que é a Nukva, não tem existência exceto pela sua ascensão ao reino superno, que é Binah, chamado de Rei superno. Pois a Nukva, por si só, não pode receber Mochin, mas somente por meio de sua ascensão a Binah.
O inferior (Nukva) herda do superno (Binah), como foi dito acima que a mãe (Imma, Binah) empresta seus vasos para sua filha (Nukva) e a adorna com seus adornos. Portanto, Binah e, da mesma forma, Zeir Anpin, que é extraído de Binah, é chamado de Rei a quem a paz pertence, pois toda a paz da Nukva – isto é, seus vasos e Mochin – é extraída de Binah e Zeir Anpin, conforme foi explicado. Pois, por meio da ascensão de Nukva a Binah, ambos se tornam um só, e a Nukva pode receber os Mochin como Binah.
E então a Nukva é chamada de casa, pois por herdar o Mochin da iluminação de Chokhmah de Binah, ela é chamada de casa, como está escrito, ‘בְּחָכְמָה יִבָּנֶה בַּיִת’-‘ Através da sabedoria (Chokhmah) uma casa é construída’ (Provérbios 24: 3). Isso faz alusão ao fato de que a Nukva não é chamada de casa a menos que tenha Chokhmah. E está escrito: ‘אַפִּרְיוֹן עָשָׂה לוֹ הַמֶּלֶךְ שְׁלֹמֹה’-‘ Um palanquim que o Rei Salomão fez para si mesmo’ (Cântico dos Cânticos 3:9). Appiryon refere-se à retificação (tikkun) do mundo inferior, que é a Nukva, do mundo superior, que é Binah. Ou seja, quando o assunto diz respeito a Nukva no aspecto de sua retificação por meio de Binah, ela é então chamada de אַפִּרְיוֹן (appiryon, palanquim).
Observações:
Quando Malchut recebe Mochin de Binah, ela é chamada de “casa” (בית), conforme Provérbios 24:3, “Através da sabedoria uma casa é construída”, indicando o seu papel como um recipiente estável para a sabedoria (Chokhmah). Sem isso, Malchut permanece incompleta, conforme foi discutido em seções anteriores (por exemplo, sua “nudez” no exílio, Ezequiel 16:7).
O appiryon (palanquim) em Cântico dos Cânticos 3:9 simboliza a retificação de Malchut por meio de Binah, transformando-a em um veículo para a presença divina, semelhante ao Templo ou Jerusalém (Salmos 147:2). Isso reflete seu estado elevado na época do Mashiach.

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