Zohar Diário # 4874 – Acharei Mot – Antes e depois da Torá.


Daily Zohar 4874

Holy Zohar text. Daily Zohar -4874

Tradução para Hebraico:

369. לָמַדְנוּ, אַחַר שֶׁהִסְתַּלְּקוּ קַיִן וְהֶבֶל, חָזַר אָדָם לְאִשְׁתּוֹ, וְהִתְלַבֵּשׁ בְּרוּחַ אַחֶרֶת, וְהוֹלִיד אֶת שֵׁת. מִכָּאן הִתְיַחֲסוּ דוֹרוֹת הַצַּדִּיקִים בָּעוֹלָם, וְהִגְדִּיל הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא אֶת הַחֶסֶד בָּעוֹלָם, וּלְכָל אֶחָד נוֹלְדָה עִמּוֹ נְקֵבָה, שֶׁיִּתְיַשֵּׁב הָעוֹלָם כְּמוֹ שֶׁלְּמַעְלָה. וַהֲרֵי פֵּרְשׁוּהָ הַחֲבֵרִים בִּסְתַם מִשְׁנָה, שֶׁכָּתוּב וְאִישׁ אֲשֶׁר יִקַּח אֶת אֲחֹתוֹ בַּת אָבִיו אוֹ בַת אִמּוֹ וְגוֹ’, חֶסֶד הוּא. חֶסֶד הוּא וַדַּאי. וְאַחַר שֶׁשָּׁרָה הַחֶסֶד, יָצְאוּ גְזָעִים וְשָׁרָשִׁים מִתַּחַת לְמַעְלָה, וְנִפְרְדוּ הָעֲנָפִים, וְהַקָּרוֹב הִתְרַחֵק. אָז גָּדֵל הֶעָנָף וּבָא לְהִתְחַבֵּר בְּזִוּוּג אֶחָד עִם הָאִילָן. זֶה בָּרִאשׁוֹנָה, וְזֶה בְּסֵתֶר הָעוֹלָם, מִשּׁוּם שֶׁכָּתוּב (תהלים פב) אָמַרְתִּי עוֹלָם חֶסֶד יִבָּנֶה. אֲבָל מִכָּאן וָהָלְאָה, אֲנָשִׁים שֶׁיִּמָּצְאוּ בוֹ – וְנִכְרְתוּ לְעֵינֵי בְּנֵי עַמָּם.
370. לָמַדְנוּ, עֶרְוַת אֲחוֹת אָבִיךָ, כְּמוֹ שֶׁנִּתְגַּלָּה בְנִסְתָּר. כָּתוּב (הושע יד) כִּי יְשָׁרִים דַּרְכֵי ה’ וְצַדִּיקִים יֵלְכוּ בָם וְגוֹ’. אַשְׁרֵי חֶלְקָם שֶׁל הַצַּדִּיקִים שֶׁיּוֹדְעִים דַּרְכֵי הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא וְהוֹלְכִים בָּהֶם וְנוֹדָעִים אֲלֵיהֶם. אַשְׁרֵי חֶלְקָם.

Comentário de: Zion Nefesh:
Postado por Zion Nefesh | 8 de junho de 2025 | Tradução: Jorge Ramos.
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Zohar Acharei Mot
Continuação do ZD anterior.
#369
Nós aprendemos que: Depois que Caim e Abel se foram, Adão voltou para sua esposa e foi revestido de um espírito diferente e, dessa união, gerou Sete. De Seth descenderam as gerações dos justos do mundo. E o Santo, Abençoado seja Ele, aumentou o número de chessed no mundo. E com cada filho homem, nascia uma mulher ao lado dele para povoar o mundo – de maneira semelhante à estrutura acima (o mundo espiritual). Isso é comparável a Zeir Anpin (Z “A) e Malchut, que eram irmão e irmã em sua origem. E os amigos já explicaram na Mishnah anônima que o versículo, “וְאִישׁ אֲשֶׁר יִקַּח אֶת אֲחֹתוֹ בַּת אָבִיו אוֹ בַת אִמּוֹ” “Um homem que toma sua irmã, a filha de seu pai ou mãe…” se aplica a eles, e é dito: “É uma chessed” – de fato, é chessed, porque uma vez que a chessed repousa sobre eles, raízes e galhos se estendem de trás (אחורים) para cima – e os galhos se espalham, significando Zeir Anpin e Malchut.
O que antes era próximo se tornou distante, pois Zeir Anpin e Malchut, que inicialmente estavam unidos lado a lado, agora estavam separados pelo chessed. (Tudo isso foi explicado detalhadamente anteriormente na parte de Vayikrá, # 100).
Então, os ramos, Zeir Anpin e Malchut, cresceram e se juntaram em uma união completa – um acoplamento face a face na árvore da vida. Esse estágio inicial ocorreu quando Malchut estava em seu primeiro estado, durante a ocultação do mundo, quando ela ainda estava apenas no estado de achorayim (costas) e, nesse estágio, Zeir Anpin e Malchut eram considerados irmão e irmã, pois ambos emergiram de Binah. E porque o versículo diz: “אָמַרְתִּי עוֹלָם חֶסֶד יִבָּנֶה” “Eu disse, o mundo será construído com chessed”, o chessed fez com que eles fossem separados, e Malchut desceu abaixo de Zeir Anpin e não era mais considerada sua irmã, mas sim um nível inferior. Portanto, desse ponto em diante, se forem encontradas pessoas que tomam suas próprias irmãs, elas serão cortadas diante dos olhos de seu povo, como adverte o versículo.
Observações:
Estamos sujeitos à lei da Torá, e o que antes era espiritualmente permitido agora é estritamente proibido. Tomar a irmã de alguém não é mais um reflexo da unidade divina, mas uma grave transgressão.
Yaakov Avinu (Jacó) se casou com duas irmãs – Raquel e Leah (espiritualmente conectadas a Leah, Binah e Raquel, Malchut) – uma união que mais tarde se tornou explicitamente proibida pela Torá, como afirma: “וְאִשָּׁה אֶל-אֲחֹתָהּ לֹא תִקָּח” (“Não tomarás uma mulher além de sua irmã…” – Vayikra 18:18). Isso levanta uma questão profunda: como um dos patriarcas mais sagrados poderia se envolver em algo que a Torá proibiria mais tarde? A resposta está na distinção entre os mundos pré-Sinai e pós-Sinai.
Antes da entrega da Torá, os patriarcas seguiam a intuição divina e a orientação profética em vez de um sistema legal codificado. Suas ações se alinhavam com as verdades celestiais, conforme entendidas em sua época. O casamento de Yaakov com as duas irmãs foi uma manifestação de uma realidade espiritual mais elevada – que refletia a unificação das raízes complementares da alma. Entretanto, quando a Torá foi dada no Sinai, a vontade divina foi revelada na forma de uma lei imutável, e o que antes tinha validade espiritual passou a ser proibido. Essa mudança nos ensina que a proximidade com Hashem em nossa época não se dá por meio do instinto espiritual subjetivo, mas pela obediência à lei da Torá, onde a santidade é definida pelos limites que a Torá estabelece.
#370
Nós aprendemos: “עֶרְוַת אֲחוֹת אָבִיךָ” “A nudez da irmã de seu pai” (Levítico 18:12) – isso se refere ao que foi revelado em ocultação, ou seja, o que foi revelado durante o estado de relações consecutivas (Achorayim), quando Malchut era então considerada irmã de Zeir Anpin (Z “A), que é seu pai. O significado do versículo é que não se deve revelar a nudez de Malchut a partir daquele estado inicial de relações consecutivas, quando ela era irmã de seu pai, Zeir Anpin. Está escrito: “כִּי יְשָׁרִים דַּרְכֵי ה’ וְצַדִּיקִים יֵלְכוּ בָם” “Porque os caminhos de Hashem são retos; os justos andam neles…” (Oséias 14:10)
Feliz é a porção dos justos que conhecem os caminhos do Santo, Abençoado seja Ele, e andam neles, pois eles lhes são revelados – feliz é a sua porção.
Observações:
Esse ensinamento ilustra que revelar ou se envolver com configurações espirituais ultrapassadas, mesmo aquelas que já foram ordenadas por Deus (como Malchut ser a “irmã” de Zeir Anpin), agora é considerado uma forma de indecência ou regressão espiritual. O texto enfatiza a importância de percorrer os caminhos refinados da conexão divina estabelecidos por meio da Torá e da Kabbalah e de não retornar aos estágios espirituais primitivos. Embora o texto use linguagem simbólica e esotérica, a mensagem central é altamente relevante hoje em dia: É preciso respeitar a evolução espiritual. Práticas ou padrões que antes eram aceitáveis podem agora ser prejudiciais ou inadequados. Os “justos” são aqueles que discernem o alinhamento espiritual correto para sua época e não revelam ou despertam modos ultrapassados de relacionamento com o Divino.

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